Cada dia uma aventura, um infinito
O gosto de falar sozinho
De costas ao espelho que não existe
O infortúnio, a dor
A desigualdade das mãos
Resvalando em outras mãos
Que invento
Cada dia um sopro, um susto
Uma gargalhada que ecoa
Na memória do amor
E o não dito
O guardado
Fica como uma espera sem tempo
uma casa desabitada
com a memória dos passos
a marcar o chão
Samarone Lima, O céu nas mãos