Sylvia Plath

Sylvia Plath – Brasília

Será que eles vão intervir,
Essas pessoas com torsos de aço
Cotovelos alados e buracos por onde espreitar

Multidões que esperam
Nuvens que lhes deem expressão,
Essas super-pessoas! —

E meu bebê um pouco
Acelerado, acelerado.
Ele guincha dentro de sua gordura,

Ossos bisbilhotando as distâncias.
E eu, quase extinta,
Seus três dentes cortando

A si mesmos em meu polegar —
E a estrela,
A velha história.

Na estrada me cruzo com ovelhas e carroças,
Terra vermelha, sangue materno.
Ó, Tu que comes

Pessoas como raios de luz, deixa
Este
Espelho a salvo, sem redenção

Pela aniquilação da pomba,
A glória
O poder, a glória.

 

Sylvia Plath, Desenhos

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Tudo é Poema

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