Primeiro, você tem nosso perfil?
Você usa
Olho de vidro, dentes postiços ou muleta,
Atadura ou gancho,
Peitos ou sexo de borracha,
Suturas mostrando faltar alguma coisa? Não, não? Então
Como podemos lhe dar alguma coisa?
Pare de chorar.
Abra sua mão.
Vazia? Vazia. Tome essa mão
A fim de enchê-la e disposta
A servir xícaras de chá e espantar enxaquecas
E fazer o que você mandar.
Casa com isso?
Tem garantia
De que fechará seus olhinhos no final
E se dissolverá de aflição.
Fazemos novo estoque do sal.
Vejo que você está nu em pelo.
Que tal este terno –
Preto e formal, até que não cai mal.
Casa com isso?
É à prova d’água, de estilhaço, à prova
De fogo e bombas no telhado.
Acredite, vão enterrá-lo com isso.
Agora sua cabeça, desculpe, é bem vazia.
Tenho o remédio para isso.
Vem cá, benzinho, saia já do armário.
Bem, o que você acha disso?
Branca como papel por ser escrito
Sylvia Plath, Ariel