Um palhaço, mais feliz com as mãos no chão,
Pés apontados para as estrelas, cabeça de lua,
Com guelras de peixe. Polegares virados
Com bom senso, como um pássaro dodô.
Enrolado em si mesmo como bobina,
Pescando seu escuro como fazem as corujas.
Mudo como um nabo, desde o Quatro de Julho
Até o Primeiro de Abril,
Quase no ponto, ah, meu pão de ló.
Vago como cerração e procurado como carta.
Mais distante que a Austrália.
Atlas curvado, nosso camarão viajado.
Recolhido como flor em botão e à vontade
Como sardinha em lata.
Cesto de enguias ondulantes.
Saltitante como feijão mexicano.
Correto, como soma bem-feita.
Uma lousa limpa, e nela seu próprio rosto.
Sylvia Plath, Ariel
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